Meu pai foi diagnosticado aos 30 anos de idade com adenocarcinoma de cólon. O médico deu essa notícia e lhe deu uma sobrevida de 6 meses, pois a doença já estava muito avançada.
Com o passar dos anos ele aprendeu a conviver com a doença entre consultas, inúmeras cirurgias e recidivas. Cresci vendo-o ficar frágil após cada cirurgia e se recuperando até ficar forte dia a dia como um verdadeiro herói. Em nenhum momento vi meu pai reclamando, triste ou entregue, muito pelo contrário, sempre brincando, de bom humor e cheio de ensinamento e histórias que hoje faço questão absoluta de passar para meus filhos.
Em 2003, aos 24 anos, tive meu primeiro filho, que era o xodó de meu pai. Primeiro neto. Foi uma injeção de ânimo para todos nós. Um dia que nunca sairá da minha cabeça foi quando sentados na sala eu e meu pai conversando e meu filho brincando no chão, meu pai, pela primeira vez, com os olhos cheios de água olhou para o neto e disse: “Uma vida começando e a minha terminando”.
Aquilo foi um choque pra mim, pois nunca tinha ouvido palavras sem esperança vindas dele em nenhum momento da minha vida! E após 02 meses, perdi meu pai para o câncer. Parecia o fim! Perdemos o chão! Ele era tudo, nosso alicerce!
Anos passaram e essa doença voltou a nos assombrar. Meu irmão, aos 46 anos, foi diagnosticado com o mesmo adenocarcinoma de cólon. E assim seguimos com muitas consultas, viagens cansativas, pois ele conseguiu tratamento em Jales/SP (a quase 560 Km de distância), cirurgias, sessões de quimioterapia, idas ao pronto socorro para amenizar os sintomas.
No segundo semestre de 2020, em meio às sessões de quimioterapia do meu irmão, a vida resolveu nos desafiar mais uma vez e em agosto de 2020, minha mãe foi diagnosticada com o mesmo tipo de câncer. Inacreditável! Foi uma nova batalha com consultas, cirurgias, sessões de quimio e radioterapia, muitos enjoos e novas corridas ao pronto socorro, toda aquela rotina triste e estressante novamente.
Em março de 2022, após exames, meu irmão recebeu o diagnóstico, estava CURADO, porém tendo que fazer acompanhamento.
Com minha mãe, ainda estamos na luta, porém optei em dar a ela melhor conforto e qualidade de cuidados que encontrei na Palliative Care, eles fornecem todo o suporte, atendimento e apoio emocional necessário que ela e nós, como família, precisamos.
Autor: A.R.N.
Esse é um depoimento de alguém que viu seus familiares sofrerem com essa doença, mas que teve esperança e colheu os frutos, um deles, com um diagnóstico precoce, foi curado e sua mãe está no processo da remissão também!
O mês de março, foi intitulado o Março Azul-Marinho de combate e conscientização do Câncer Colorretal. Câncer que se origina no cólon ou no reto, partes do sistema digestivo. É um dos tipos mais comuns de câncer em todo o mundo.
Seus sintomas são diarreia ou constipação, sangramento retal, dor abdominal, fadiga e perda de peso inexplicável. São sintomas semelhantes a outras condições, nem sempre indicarão um câncer.
O diagnóstico desse tipo de câncer geralmente envolve uma combinação de exames físicos, laboratoriais e exames de imagem, como colonoscopia e tomografia computadorizada.
O tratamento depende do estágio da doença, da localização do tumor e de outras situações. As opções de tratamento incluem cirurgia, radioterapia, quimioterapia e terapia-alvo.
A prevenção do câncer inclui uma dieta rica em fibras e pobre em gordura animal, prática regular de exercícios físicos, não fumar, limitar o consumo de álcool e fazer exames de rastreamento regulares após os 50 anos de idade ou antes, em caso de histórico familiar ou outros fatores de risco.
Mas há duas ótimas notícias, a primeira é que esse tipo de câncer tem 90% de chances de cura se descoberto precocemente, e a segunda é que você pode contar com os cuidados da Palliative Care para passar por esse momento difícil, tendo amparo e segurança.
Não deixe sua saúde perecer, ao sentir sintomas recorrentes procure um médico.
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